terça-feira, 17 de julho de 2012

Você sabe como esse tipo de garota é... sabe até onde vai, quanto paga pra ver, quanto quer, quando some. Com uma teimosia de seis anos de idade, grudada na barra da saia da mãe, fazendo um carinho ou logo um bico, olhinho de gato ou abrindo a boca no choro. Tanto faz a artimanha precisa pra ser conseguir algo, ela faz e consegue. Ou não. E quando esse "ou não" é o que resta, aí vc está ferrado. Com toda classe, sutileza, perspicácia, inteligente e uma boa dose de humor, ela podia arrastar uma legião de fãs se quisesse, mas não queria. Conservava poucos, os com "potencial". E se tinham potencial, uma hora ou outra ela daria brecha, jogaria na mesa as cartas e assistiria um por um jogando. - O que vc tem pra mim? - O que vc ouve? - Me faça rir. - Me deixe sem graça. - Saiba dançar e me leve. Tempo e foco. Se deixasse passar um ou outro, o jogo recomeçava do zero. Nunca foi sobre quanto vc queria ou quanto vc fazia, mas sim, o quanto aguentava. Não era de gelo o coração, nem tampouco se tratava de um jogo ... era apenas uma armadura. Um modo de se defender de tudo o que já tinha ouvido, vivido, tocado, tudo que lhe deram e tiraram depois. Nada há para consertar, nem substituir. Ela se virou sozinha, consertou o sonho quebrado, limpou a casa, esperava por uma visita que chegasse com flores e algumas palavras bem elaboradas. Então chegou, aceitou um café, encontrou dezenas de discos iguais ao seu e um perfume de grudar na roupa pra não querer tirar até pegar no sono. Dessa vez ela não estava fora da cidade, nem com novos amigos. Estava apenas na mesma rua que vc, com aquele sorriso que te tirava o sono, mas...dormindo com outro. E longe demais pra que vc pudesse alcançar.

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